segunda-feira, 17 de novembro de 2014

MORFEMA ZERO


                                                         Por Helen Cristina.
Segundo Gleason( 1961, p. 80 apud PETTER, 2003, p. 06): " [...] pode-se dizer que há morfema zero somente quando não houver nenhum morfe evidente para o morfema, isto é, quando a ausência de uma expressão numa unidade léxica se opõe à presença de morfema em outra, como se depreende da comparação das formas verbais (Kehdi, 1993:23)".

Sendo assim entende- se que um morfe é a ausência de um morfe que apresenta significado. Vejamos alguns exemplos abaixo:

1-      Comprava {0}  um bola.

2-      Comprava-mos uma bola.



No exemplo 1, a ausência do morfe indica o número e a pessoa, logo o verbo comprar ( cuja conjugação é “Comprava”) possui ausência de sentido e vai receber a denominação de morfema zero, por não possuir um morfe que porte significado. No exemplo 2, o morfe {mos} é a unidade que apresenta sentido e determina a pessoa e o número, logo não apresenta um morfema zero.

Além disso há a existência do alomorfe zero que apresenta características semelhantes, cujo sentido só é compreendido dentro de um contexto.Observe as charges abaixo:

 



 

Na oração “ Pare o ônibus”, é notável que o artigo “o” carrega o alomorfe {0} cujo sentido indica que o termo ônibus está no singular, nesta oração temos o marcador de singular/ plural e o radical ônibus, que em contexto é entendível que corresponde a um ônibus, ao invés de vários ônibus.



Na charge acima, observa- se mais um exemplo de alomorfe zero. Note a oração “ O que tem de errado com meu microondas?”. Obervando os termos [...] meu microondas [...] é notável a existência do alomorfe zero em “meu {0}” indicando o número de microondas referenciado e o radical microondas, indicando o objeto de referência na charge.
Veja(m) alguns vídeos no youtube sobre esse assunto:

 Segue o link do outro vídeo:
Introdução ao estudo da morfologia, morfemas  ( a partir dos 12 minutos e 1 segundos).
https://www.youtube.com/watch?v=pYuya2bSMnc


Referências biliográficas:

http://www.portalfiel.com.br/charges/221-charge-parada-de-onibus.html

http://www.aflordolacio.com.br/wordpress/2012/03/29/micro-ondas/

http://pintandoecolorindo.com.br/bola-de-futebol-png-para-edicao-pintandoecolorindo-com-br/
https://www.youtube.com/watch?v=NgAVg7nzlLg
Petter, Margarida. B.Morfologia.São Paulo: Contexto, 2003.


     


 

 

 

 

 


domingo, 2 de novembro de 2014

VOZ PASSIVA

                                                                                      Por Helen Cristina

De acordo com o Celso Cunha, a voz passiva se refere à ação que o sujeito sofre (exemplos 1.1 e 1.2). Segundo Bechara é “a forma verbal que indica que a pessoa é o objeto da ação verbal, ou seja, é o paciente da ação verbal” (exemplos 1.3 e 1.4).Quanto a Azeredo, ele  diz que “a voz passiva é a construção que faz do paciente o assunto da frase, sua escolha  pode ser motivada pela irrelevância de identidade do agente do processo verbal ou pela impossibilidade de identificá –ló ( exemplos 1. 5 e 1.6)”.
1. Exemplos:
1.1. Caio foi escutado por Ana.
1.2. Não se escutam músicas nesta casa.
1.3. A música é escutada por você.
1.4. A obra será publicada por ele.
1.5.  Compra – se um carro.
1.6. A casa branca foi invadida.

No entanto, como se explica a intenção do falante ao usar a voz passiva para esconder um fato, por exemplo? Vocês já se encontraram em uma situação difícil e precisaram esconder alguma informação, mediante a utilização da voz passiva? Pense na sua vida cotidiana ou até mesmo nos tempos de criança. Veja o exemplo abaixo:



Na figura acima, se tem um exemplo de “voz passiva”, decorrente da impossibilidade de apresentar e localizar todas as pessoas que não eram nascidas em 2006.

Quanto à classificação desse tipo de construção ser definida por voz passiva, vamos analisar isso um pouco? Vamos começar pela definição de  “voz”, veja a imagem abaixo com a respectiva definição da palavra:
 


 
Agora vejamos a definição de passivo, gênero masculino da palavra passiva ( feminino):

 


 
Analisando as definições das palavras “voz “ e “passiva” são encontradas contradições que levam a críticas em relação as gramáticas tradicionais. Como alguém que fala ou até mesmo expressa sons pode ser ao mesmo tempo passivo, sofrendo ações? Como definir esse tipo de oração sem apresentar contradições entre os termos? É preferível que elas sejam denominadas como construções passivas, pois as definições apresentadas entram em contradições que dificultam o entendimento do conteúdo.

Logo, é perceptível que a “voz”, na verdade é uma construção passiva se refere a forma em que se organiza uma oração, fazendo com que o sujeito seja paciente e com menos volição e, em alguns casos o sujeito é ainda, um ser inanimado.
 



Na imagem acima, se tem a” voz passiva” exemplificada pela frase” Essa Copa foi comprada pro Brasil”. Afinal, quem foi que comprou a copa mesmo, hein? Qual é o sujeito que se esconde nessa oração? O falante sabe quem foi que “comprou a Copa” ou simplesmente não tem a ideia de a quem comprou? Qual foi a verdadeira intenção do falante ao se utilizar a voz passiva? Reflitam.


Para complementar ainda mais o assunto, segue abaixo um vídeo ( 00: min. e 01 seg. a 2 minutos e 42 segundos) em que se tem algumas explicações acerca do assunto em referência  :
 


Leituras complementares sobre  o tema ( links):

http://www.mundoeducacao.com/gramatica/vozes-verbais.htm
http://educacao.uol.com.br/disciplinas/portugues/voz-passiva-sujeito-vira-agente.htm
http://rachacuca.com.br/educacao/portugues/vozes-do-verbo/       ( Contém exercícios com marcação de resposta).
http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf72.php


Espero ter ajudado, tenham um bom estudo e até a próxima!
                               
                                           


Referências bibliográficas:
AZEREDO, José Carlos de. Gramática Houaiss da língua portuguesa. 2. ed. São Paulo: Publifolha, 2008. P. 276.
BECHARA, Evanildo. Moderna gramática portuguesa. 37 ed., rev. amp. e atual. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2009. P. 222.
CUNHA, Celso Ferreira da; CINTRA, Luís F. Lindley. Nova gramatica do portugues contemporaneo. 3. ed. Rio de janeiro: Nova Fronteira, 1985. P.P. 384 – 385.
HOUAISS, A. Dicionário eletrônico Houaiss da língua portuguesa: versão 3.0. São Paulo: Objetiva, 2009.
http://saiunoblog.blogspot.com.br/2014/07/pesquisas-do-ibope-vira-piada-nas-redes.html
http://cornetafc.blogosfera.uol.com.br/2014/06/29/apos-drama-contra-o-chile-copa-comprada-vira-piada-nas-redes-sociais/
https://www.youtube.com/watch?v=NJVfvigU06Q