De acordo com o Celso Cunha, a voz passiva se refere
à ação que o sujeito sofre (exemplos 1.1 e 1.2). Segundo Bechara é “a forma
verbal que indica que a pessoa é o objeto da ação verbal, ou seja, é o paciente
da ação verbal” (exemplos 1.3 e 1.4).Quanto a Azeredo, ele diz que “a voz passiva é a construção que faz
do paciente o assunto da frase, sua escolha
pode ser motivada pela irrelevância de identidade do agente do processo
verbal ou pela impossibilidade de identificá –ló ( exemplos 1. 5 e 1.6)”.
1. Exemplos:
1.1. Caio foi escutado por Ana.
1.2. Não se escutam músicas nesta casa.
1.3. A música é escutada por você.
1.4. A obra será publicada por ele.
1.5. Compra – se um carro.
1.6. A casa branca foi invadida.
No entanto, como se explica a intenção do falante ao usar a voz passiva para esconder um fato, por exemplo? Vocês já se encontraram em uma situação difícil e precisaram esconder alguma informação, mediante a utilização da voz passiva? Pense na sua vida cotidiana ou até mesmo nos tempos de criança. Veja o exemplo abaixo:
1. Exemplos:
1.1. Caio foi escutado por Ana.
1.2. Não se escutam músicas nesta casa.
1.3. A música é escutada por você.
1.4. A obra será publicada por ele.
1.5. Compra – se um carro.
1.6. A casa branca foi invadida.
No entanto, como se explica a intenção do falante ao usar a voz passiva para esconder um fato, por exemplo? Vocês já se encontraram em uma situação difícil e precisaram esconder alguma informação, mediante a utilização da voz passiva? Pense na sua vida cotidiana ou até mesmo nos tempos de criança. Veja o exemplo abaixo:
Na figura acima, se tem um exemplo de “voz passiva”, decorrente da impossibilidade de apresentar e localizar todas as pessoas que não eram nascidas em 2006.
Quanto à classificação desse tipo de construção ser definida por voz passiva, vamos analisar isso um pouco? Vamos começar pela definição de “voz”, veja a imagem abaixo com a respectiva definição da palavra:
Agora vejamos a definição de passivo, gênero masculino da palavra passiva ( feminino):
Analisando as definições das palavras “voz “ e “passiva” são encontradas contradições que levam a críticas em relação as gramáticas tradicionais. Como alguém que fala ou até mesmo expressa sons pode ser ao mesmo tempo passivo, sofrendo ações? Como definir esse tipo de oração sem apresentar contradições entre os termos? É preferível que elas sejam denominadas como construções passivas, pois as definições apresentadas entram em contradições que dificultam o entendimento do conteúdo.
Logo, é perceptível que a “voz”, na verdade é uma construção passiva se refere a forma em que se organiza uma oração, fazendo com que o sujeito seja paciente e com menos volição e, em alguns casos o sujeito é ainda, um ser inanimado.
Na imagem acima, se tem a” voz passiva” exemplificada pela frase” Essa Copa foi comprada pro Brasil”. Afinal, quem foi que comprou a copa mesmo, hein? Qual é o sujeito que se esconde nessa oração? O falante sabe quem foi que “comprou a Copa” ou simplesmente não tem a ideia de a quem comprou? Qual foi a verdadeira intenção do falante ao se utilizar a voz passiva? Reflitam.
Para complementar ainda mais o assunto, segue abaixo
um vídeo ( 00: min. e 01 seg. a 2 minutos e 42 segundos) em que se tem algumas explicações acerca do assunto em referência :
Leituras complementares sobre o tema ( links):
http://www.mundoeducacao.com/gramatica/vozes-verbais.htm
http://educacao.uol.com.br/disciplinas/portugues/voz-passiva-sujeito-vira-agente.htm
http://rachacuca.com.br/educacao/portugues/vozes-do-verbo/ ( Contém exercícios com marcação de
resposta).
http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf72.php
http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf72.php
Espero ter ajudado, tenham um bom estudo e até a próxima!
Referências
bibliográficas:
AZEREDO, José Carlos de. Gramática Houaiss da língua portuguesa. 2. ed. São Paulo: Publifolha, 2008. P. 276.
BECHARA, Evanildo. Moderna gramática portuguesa. 37 ed., rev. amp. e atual. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2009. P. 222.
CUNHA, Celso Ferreira da; CINTRA, Luís F. Lindley. Nova gramatica do portugues contemporaneo. 3. ed. Rio de janeiro: Nova Fronteira, 1985. P.P. 384 – 385.
HOUAISS, A. Dicionário eletrônico Houaiss da língua portuguesa: versão 3.0. São Paulo: Objetiva, 2009.
http://saiunoblog.blogspot.com.br/2014/07/pesquisas-do-ibope-vira-piada-nas-redes.html
http://cornetafc.blogosfera.uol.com.br/2014/06/29/apos-drama-contra-o-chile-copa-comprada-vira-piada-nas-redes-sociais/
https://www.youtube.com/watch?v=NJVfvigU06Q
AZEREDO, José Carlos de. Gramática Houaiss da língua portuguesa. 2. ed. São Paulo: Publifolha, 2008. P. 276.
BECHARA, Evanildo. Moderna gramática portuguesa. 37 ed., rev. amp. e atual. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2009. P. 222.
CUNHA, Celso Ferreira da; CINTRA, Luís F. Lindley. Nova gramatica do portugues contemporaneo. 3. ed. Rio de janeiro: Nova Fronteira, 1985. P.P. 384 – 385.
HOUAISS, A. Dicionário eletrônico Houaiss da língua portuguesa: versão 3.0. São Paulo: Objetiva, 2009.
http://saiunoblog.blogspot.com.br/2014/07/pesquisas-do-ibope-vira-piada-nas-redes.html
http://cornetafc.blogosfera.uol.com.br/2014/06/29/apos-drama-contra-o-chile-copa-comprada-vira-piada-nas-redes-sociais/
https://www.youtube.com/watch?v=NJVfvigU06Q
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ResponderExcluirMuito interessante esse assunto ainda mais quando vemos sob a ótica da análise do discurso, quando fazemos uso dessas estruturas de acordo com a nossa intencionalidade. Note o exemplo da frase: "A copa foi comprada pelo Brasil." Analisando a transitividade do verbo comprar, notamos que este é um verbo transitivo direto. Portanto ele pede objeto direto, no caso a "copa". Já a questão do sujeito ele se torna complementar... Podendo ser retirado da sentença, dependendo da intencionalidade. E é interessante que na voz passiva a estrutura é O.V. S. o que torna o sujeito não tão importante para a frase, mas ele não está oculto. Thayna Coelho
ResponderExcluirGostei bastante do post. Muito bem explicado. Gostaria de compartilhar que achei bastante interessante estudando a voz passiva, que quando vamos fazer pesquisa em livros didáticos, eles diferem bastante em suas explicações. Também achei bem legal a ressalva da voz passiva na fala das crianças. Realmente podemos perceber bastante a presença desse tipo de construção de frases na fase infantil e principalmente quando a criança "apronta uma" e quer eximir sua parcela de culpa. Bárbara Cunha
ResponderExcluirHelen, gostei da postagem. Parabéns! Mas alguns pontos precisam melhorar: faltou diferenciar a passiva analítica da passiva com "se"; a explicação de se usar a expressão "construções passivas" ficou confusa, visto que a voz ocorre justamente quando há marcação morfológica (e a passiva analítica tem a marca no verbo via particípio); em "Essa copa foi comprada", o sujeito é "Essa copa". Quem está "escondido" é o adjunto adverbial de agência.
ResponderExcluirThayná: infelizmente, tua análise da passiva está equivocada. Em "A copa foi comparada pelo Brasil", temos o sujeito paciente "A copa" e o adjunto adverbial de agência "pelo Brasil". O verbo "comprar" seria transitivo direto em uma oração com voz ativa, como "Ana comprou flores".
Bárbara: comente mais sobre a voz passiva nos livros didáticos e sobre a voz passiva na fala de crianças. De qual fonte você retirou essa informação?